sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Mais do que uma boa história, que tal ser Original?

Esta semana chamou atenção na mídia uma história simples, porém encantadora. Duas crianças queriam muito que o pai comprasse um gatinho para elas. O pai consentiu, mas impôs uma meta: se eles conseguissem 1.000 likes no Facebook o pai traria o gatinho.

Pela quantidade razoável de likes que o pai pediu suponho que ele tinha certeza que os garotos não conseguiriam (sei lá, o cara pode ser alérgico a pelos). O fato é que os dois conseguiram mais de 120.000 likes no pedido, chamando a atenção no mundo inteiro (Olha a cara de "eu quero um gatinho" da menina!). 

Quando ouço a galera de storytelling falando sobre redes sociais sempre discutem sobre temas como criatividade, inovação, entender a cabeça do internauta, mas acho este caso bom para lembrar da palavra Originalidade. Adoramos histórias com humor, com o Neymar vestido de Besouro, pôneis fofinhos endiabrados, mas não são histórias genuínas, como não são genuínas as histórias que acontecem nos Reality Shows, quaisquer que sejam. Mesmo os casos que passam nos canais fechados da TV em formato Reality são simulações de realidade, todo mundo imitando a realidade, é um estilo ficcional que foi se elaborando com o decorrer dos tempos (e que ainda funciona, nada contra, mas parece estar entrando em exaustão).

Vale o mesmo para as campanhas estilo Natura e Dove, onde se valorizam estilos diferenciados de beleza que fogem do padrão. São também formatos derivados dos testemunhais, mas que não são genuínas em sua essência. Podem aparentar sustentar um novo valor moral das minorias (ou uma estratégia visando atingir um número maior de pessoas, no estilo  Cauda Longa), mas não têm em si o gene da Originalidade.

Não é pelo fato de que uma campanha visa divulgar um produto que ela não possa conter a Originalidade. É que os publicitários e comunicadores estão viciados em maquiar, em ser um anteparo que faz com que o consumidor se relacione apenas com o cosmético que eles aplicam. A publicidade está tão preocupada com a maquiagem que está esquecendo de prestar atenção no rosto das empresas, dos produtos e dos serviços. É um vício, mas um dia ele acaba.

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