quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Mistérios do Arouche

Para quem não conhece o meu querido bairro, o Arouche, provavelmente não vai entender este pequeno serviço de utilidade pública, mas para quem conhece a área, sabe que o assunto é sério. Ou não...
:o) 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Gangnam Style ou Como o Riso pode Superar a Sinalização Dispendiosa

Para quem não sabe "Sinalização Dispendiosa" é um conceito criado nos anos 1960 a partir da observação das estratégias de animais sociais para se posicionarem dentro de seu grupo, quer seja para se afirmarem perante seus pares, quer seja para obterem  maiores chances de reprodução (as duas coisas na verdade andam juntas).
De pássaros a humanos, há uma série de animais que buscam aparentar ou demonstrar algo acima de suas possibilidades. No caso dos animais, muitas vezes é a força ou a habilidade em realizar manobras que exaurem suas energias. No caso dos humanos dos dias de hoje, a sinalização muitas vezes se apresenta em forma de exuberância de consumo.
Esta tentativa de impressionar os seus pares não é recente, faz parte da nossa história evolutiva.

Da mesma maneira o Riso é antigo conhecido de nossa raça. Curiosamente ele evolui de um ato de confrontamento. Ao se sentir ameaçado, mostramos nossos dentes, para mostrar nossa capacidade de gerar danos no adversário. Eriçamos os pêlos também, para aparentarmos ser maiores do que somos.
Mas com o tempo o ato de mostrar os dentes se tornou o Riso. e temos neurônios especializados capazes de gerar mimetismo motor perante ele, ou seja, se alguém ri para a gente os neurônios-espelho identificam esta expressão e tendemos a rir também. O que surgiu como sistema de defesa (ou contra-ataque) hoje é uma das bases da empatia.

Gangnam Style, o sucesso pop coreano do momento é uma prova de que o Riso pode ser uma poderosa forma de contestação social à Sinalização Dispendiosa e aos símbolos de status decorrentes dela. A música eletrônica é de boa qualidade e o vídeo (e a letra) ironizam o bairro elegante de Gangnam em Seoul, na Coréia. A ironia vai na direção também daqueles que não são da elite, mas que tentam se comportar como ela, numa tentativa de "alpinismo social".
Além do fato de confirmar definitivamente a importância da cultura coreana nos tempos de hoje, o vídeo também mostra que o humor pode ser uma ferramenta incisiva perante os símbolos de status vigentes.

Curiosamente outros símbolos perdem a relevância. A sátira criada pelos alunos do MIT, universidade de elite americana, mostra esta transição. Estudar numa das mais importantes escolas do mundo parece não ser tão importante quanto ser Pop. Tanto que a paródia que eles fizeram parece querer aproveitar o sucesso da música para projetar uma imagem da instituição que, a princípio, deveria falar por si própria. Assista e veja como parece um vídeo institucional gozadinho.


Fico feliz que o humor tenha ganhado na luta com as sinalizações de status. Mas me deixa meio apreensivo saber que uma universidade do porte do MIT precise fazer um institucional para poder afirmar que têm algum valor no mundo de hoje.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

FECAP - Como melhorar a comunicação e gerenciar o cenário

 Trabalho há algum tempo com comunicação, e já fiz alguns importantes projetos na área de Fusões e Aquisições e Mudanças de Gestão (M&A e Change Management, se preferem).  Desenvolvi metodologias de pesquisa para monitorar Clima Organizacional e minha área de pesquisa acadêmica são as ciências cognitivas aplicadas ao universo do trabalho.

Todo este prólogo é para dizer que tenho algum conhecimento de causa quando falo sobre estes assuntos.

Estou acompanhando atentamente as notícias sobre uma possível venda da FECAP, centenária instituição de ensino de SP. Trabalhei nela por quase dez anos, e tenho amigos do coração que ainda trabalham lá. Minha filha estuda lá. Tenho grandes vínculos afetivos com a instituição e adorei a época em que trabalhei na FECAP, como professor e coordenador.

Surgiram boatos (a boa e velha Rádio Peão) que a instituição seria vendida. Há mais de ano circulam estas notícias pelos corredores, mas de forma relativamente controlada.
No segundo semestre deste ano a notícia estourou nas salas de aula da graduação: Existiria um grupo de investidores realmente interessado em fazer negócio com a FECAP.

Conflito de informação: A instituição negou com ênfase qualquer tratativa, mas notícias dos bastidores confirmavam uma possível negociação. O resultado? Os alunos foram estimulados a participar do debate. E os professores também.

Nada mais justo os alunos e professores quererem participar, mas a maneira de participar é relevante.  Dá para participar ajudando e dá para participar atrapalhando o processo.

Travestido de movimento cívico (Luta pela Centenária Instituição, Orgulho da identidade da Fundação, entre outros), cada grupo envolvido na verdade está preocupado com questões mais cotidianas e próprias. Os alunos temem que sua graduação "perca valor de mercado", algo como se você estudasse na ESPM e de repente soubesse que ela foi comprada pela UNIBAN. O investimento que o aluno fez em um diploma teria depreciação como sinalização social e perderia competitividade no mercado. 

Os professores temem por seus empregos, e pela possibilidade de redução salarial. Argumentam que as faculdades "populares" pagam menos do que as de nicho. E alguns têm participado ativamente das manifestações, insuflando alunos, o que é absolutamente questionável.

A comunicação oficial da instituição tem sido pouco ágil em atuar na situação. 

Conclusão? O cenário está armado, e no estilo "todos perdem".

Algumas coisas chamam a atenção:


1 - Diante da visibilidade dos elementos que geram a insegurança no cenário, a comunicação oficial poderia trabalhar com estes temas para minimizar o impacto de uma possível negociação. Se o medo dos alunos está associado a ter um diploma menos valorizado, este é um assunto para a pauta desta comunicação. Avisar aos alunos que mesmo que a FECAP fosse vendida a instituição garantiria um diploma com a marca FECAP para todos que estão cursando no momento. O aluno não está tão interessado nos rumos comerciais, mas sim naquilo que impacta a sua vida. Diploma, grade curricular, mensalidade, estas coisas interessam.


2 - Reunião presencial com os professores é bom, e comunicados também. Mais do que isto, é importante informar aos professores sobre a responsabilidade que eles têm ao insuflar alunos contra a instituição, e também é relevante dar algum tipo de informação sobre o que está acontecendo e o que pode acontecer com o grupo de professores caso a instituição seja vendida.


3 - Lideranças de alunos e de professores devem ser convocadas, separadamente. É necessário compreender os motivos que os levam a atuar neste cenário e qual a representatividade que eles têm. Alguns alunos, em tempos de Facebook, podem estar sendo motivados por vaidade ou tentativa de projeção social (uma minoria é motivada pura e simplesmente pela bagunça, o resto quer saber o que está acontecendo), e há inúmeras maneiras de atuar com pessoas com estas motivações. 
Professores querem segurança: analise o que pode ser oferecido neste aspecto e cumpra o que prometeu. Caso as lideranças não queiram negociar exija novos representantes dos grupos.


4 - O Jurídico deve ser acionado, já que a marca está sofrendo impacto com o processo e sendo utilizada de maneira indevida (como no caso das redes sociais). Como há documentação de sobra das atividades dos queixosos, cabe a instituição buscar reparar os ataques que a instituição está sofrendo. É melhor mostrar que existe uma preocupação com a marca mesmo que ela seja "retrógrada" e pouco democrática (como acionar o Jurídico) do que passar a a sensação de desleixo com a identidade da instituição.


5 - Vale a pena contratar uma consultoria para ajudar nesta situação. Um grupo de pessoas de fora tentando ajudar pode ser bastante útil no cenário. Não me ofereço pois ainda me considero "de dentro", mas conheço um monte de gente qualificada para atuar neste cenário.

Espero que tudo dê certo neste processo, seja lá qual for o resultado. Torço por um final feliz e sei que com um plano de gerenciamento de crise a situação pode ser controlada.

Cuidado com os extremamente coerentes

Não é possível viver sem mudar de ideia. Se uma pessoa passa pela vida sem mudar seu pensamento será que ela aprendeu alguma coisa?

sábado, 27 de outubro de 2012

Teste de Paciência de Hoje - Atendimento telefônico Itaú

Tenho recebido cobranças indevidas do Itaú, relativas a uma conta que já encerrei. Mas a equipe de cobrança do banco provavelmente não têm acesso ao próprio sistema deles, que mostra que a conta não existe mais.
Em horários exóticos (a noite, sábado de manhã...) recebo SMS do Itaú pedindo que eu entre em contato com uma central de atendimento. Já liguei umas dez vezes, e nove delas simplesmente ninguém atendeu. E fico ouvindo aquele barulho de gente conversando, de cara rindo, parece que tiraram o telefone do gancho e você fica lá ouvindo o ruído ambiente.
Na única vez que atenderam um cara me disse que constava um débito, e que eu precisava pagar. Aí expliquei que a conta já tinha sido encerrada, que foi na agência República, dia tal, hora tal...
Aí o atendente me disse que eu tinha de provar que tinha encerrado a conta, mandando os papéis via fax para determinado número. Foi nesta hora que desacreditei. Um banco que cuida de meu dinheiro eletronicamente não tem os dados que eu encerrei a minha conta? Como assim? O cara não consegue encontrar uma informação desta? 
E dá-lhe cobrança, e mais SMS toda semana.
Alô Itaú? Prova total de incompetência, hein? Não está na hora de rever este sistema aí não? Cadê o responsável pelo atendimento ao cliente que não está monitorando estes processos?

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sobre Privacidade no Mundo Digital


Pronto! Bastou o Fantástico fazer uma matéria sobre privacidade nas redes sociais que todo mundo ficou espantado! Deu para ouvir o coro de velhinhas horrorizadas na minha timeline.
O nome disto não é Ignorância, nem Manipulação (dos donos malvados das redes). O nome disto é Hipocrisia.
A base lógica para a existência das Redes Sociais não é a Comunicação entre pares, isto se chama telefone. Rede Social serve para bisbilhotar a vida dos outros (tem outras razões do ponto de vista evolutivo, mas fica para um próximo texto).
Sim, eu sei, você não age assim, claro, eu entendo. Você faz parte do grupo de pessoas intelectualizadas e sensíveis que usam o Facebook para salvar índios e combater a corrupção. E além disto também manda mensagens motivacionais, para melhorar o dia de seus contatos. Hummm...

Ninguém assume o Voyeurismo, grande sedutor do mundo digital, em especial das redes sociais. E ninguém quer saber, ou se faz de desentendido quando aparece a óbvia questão:

Se eu consigo enxergar as intimidades de todo mundo
Logo…
Todo mundo consegue enxergar minhas intimidades

O fascínio que temos pela figura do Hacker, do ponto de vista arquetípico, não está associada só a rebeldia "contra o sistema". O que nos encanta é sua invisibiidade, da mesma maneira que os grandes ícones sociais hoje são invisíveis, como o grupo Anonymous de ativismo digital ou o Banksy, maior grafiteiro da Inglaterra (talvez o maior artista vivo hoje no mundo).
Queríamos o manto da inviabilidade do Harry Potter, para podermos ver sem sermos vistos. Mas isto não é possível, portanto nos enganamos e fazemos de conta que estamos invisíveis, e quando alguém nos relembra de nossa visibilidade, ficamos indignados. Como a história de " O Rei está Nu"…

Nós que trabalhamos no universo digital temos ferramentas poderosas para identificar quem está onde, fazendo o que, tem interesse no que, e tudo mais. Um exemplo: Quando fazemos Links Patrocinados definimos localização, idade, gênero, tipo de navegação, horário… de uma maneira muito, muito precisa. Podemos focar uma campanha com precisão.

Mas com as redes sociais a coisa se tornou mais específica ainda. Quando fazemos campanhas no Facebook podemos segmentar de uma maneira tão absolutamente precisa que se você visse com certeza iria se juntar ao coro das velhinhas lamentando a perda da invisibilidade.
Quer ser invisível no mundo de hoje? Torne-se um super hacker, apague todos os dados relativos a sua pessoa das redes sociais e dos órgãos governamentais e vá morar numa ilha deserta. E não esqueça de desligar o Iphone, senão ele vai mandar para a Apple sua localização via satélite...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Repare neste pequeno detalhe...

Quando você contrata um serviço quer saber como ele vai ser feito, certo? Afinal de contas, se o cara vai tirar o telhado da sua casa durante a reforma é melhor você estar preparado...
A política brasileira é construída em cima de ideias e de ex-ideologias, mas nenhum candidato explica como vai fazer as coisas mirabolantes que inventa durante a campanha.
Falar que vai fazer tais coisas e depois tentar explicar as razões que impediram a realização daquilo que prometeu é Vender e Não Entregar.
Simples assim.

Se quer ajudar os índios Guarani Kaiowás mande mensagem para o Governador do MS

Uma coisa que pode funcionar para fortalecer o movimento em favor dos índios Guarani Kaiowá é entrar em contato com os órgãos responsáveis por email, já que o governo ainda não é muito adepto das redes sociais. 
Mande mensagem para o Governador André Puccinelli do Mato Grosso do Sul pedindo que ele intervenha em favor dos índios. Vai demorar pouco mais de três minutos para acessar o portal e deixar seu recado. Entre no link e mande sua mensagem! http://www.ms.gov.br/index.php?templat=falecon&comp=1033
Vá além de "xingar muito no twitter"!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Hora de ir além de "xingar muito no twitter"

Nem toda mobilização nas redes sociais está fadada ao fracasso. A campanha em defesa dos Guarani Kaiowá é extremamente legítima e trágica.
Quer se mobilizar? Mande e-mail para a presidente da Funai, a Marta do Amaral Azevedo. O contato é pptal@funai.gov.br

Não tenha fé na tecnologia

Quem sou eu para dar uma de Ludista, mas recomendo um pouco de precaução com a tecnologia.
Hoje acordei no meio da madrugada com um baita temporal, portas batendo, trovoadas, raios e relâmpagos (sempre tive dificuldade de saber qual seria a diferença entre o raio e o relâmpago, mas tudo bem). Abro meu Iphone e resolvo checar qual a previsão da meteorologia para hoje.
Quando vejo o programa me avisa que o tempo não só seria nublado como estaria nublado naquele momento. A água caindo em São Paulo e o software me dizendo que não estava chovendo.
O que eu estava vendo pela janela me dizia que era melhor construir uma arca e procurar dois animais de cada espécie, hora de repovoar o mundo versão 2.0. Mas o que meu Iphone me dizia era "Isto, vai de moto para a reunião, está tudo bem, sem stress"...
Tecnologia é bom, mas sempre é melhor dar uma checada pela janela...

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Propaganda enganosa - A publicidade dá um passo para a frente e dois para trás

Infelizmente vemos notícias como esta na mídia. O Departamento de Proteção ao Consumidor mandou uma multa de R$ 5 milhões nas empresas que fabricam TVs por induzirem os consumidores a acharem que os aparelhos eram melhores do que realmente são. Falta de informação, material com  dados errados, em suma, venderam uma coisa e entregaram outra.
A parte chata é que atinge um segmento como um todo, e não uma agência de publicidade específica. O que isto significa? Que há uma prática de mercado que induz ao erro neste segmento. E, obviamente, em muitos outros.
Fica feio para as marcas destes aparelhos e para as agências que produziram os materiais. Uma pena...
A matéria inteira do Estado de SP está aqui.

Você acha Marketing estranho?

Estranho é isto! Kees Scheepens é o maior especialista do mundo em hipnotizar porcos...
Veja que beleza de trabalho que ele faz, clicando aqui.

Evento Existe Amor em SP - Praça Roosevelt

 Domingo foi dia de festa na recém reinaugurada Praça Roosevelt. Um evento divulgado pelas redes sociais reuniu o que podemos chamar do "retrato da nova juventude do Brasil".
A praça estava tomada de jovens de 15 a 25 anos, que curtem grafiti, skate, sustentabilidade, rap nacional, música alternativa, entre outras coisas (maconha e bebida inclusas).

Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, três ou quatro tendas de música, artistas fazendo intervenções a partir de material reciclado, inúmeras rodas de bate papo, clima de alegria e curtição. Um evento bastante pacífico.

Teve show do Criolo, Emicida e mais um monte de gente da cena atual. No horário em que passei na praça (umas 18h30) deveria ter pelo menos umas três mil pessoas por lá, fazendo uma conta modesta. Como os shows começaram as 14h, deduzo que devem ter passado umas dez mil pessoas no local. Só de skatistas tinha uns cem.

A tendência é que a Praça se torne referência para este público, que estava carente de espaços no centro. O pessoal se encontrava até no Minhocão por falta de espaço. Um mix de novos moradores do centro (gente que está voltando a habitar a região) com os frequentadores do baixo Augusta e Paulista.

Agora, a pergunta que não quer calar: Você sabe quantas marcas estavam presentes neste evento? Quantas empresas identificaram esta oportunidade de posicionar sua marca perante este público, num evento amplamente divulgado no Facebook? Nenhuma. 

Não havia nenhuma marca no local.

Vou falar, o pessoal de publicidade e marketing está ficando preguiçoso, está parecendo aqueles jornalistas que precisam receber os press releases prontos senão não escrevem matérias sobre o que acontece na cidade.

sábado, 20 de outubro de 2012

Cadê o Museu da Diversidade?

A Estação da República do Metrô de SP é particularmente grande, na verdade enorme. Dentro dela, um monte de gente passando e um espaço totalmente abandonado, o do Museu da Diversidade.
Quem passar por lá vai perceber que é aquela típica obra de governo populista: Pintam o local, deixam bonitinho, dizem que vão inaugurar em breve e fica daquele jeito semi-construído, semi-abandonado, até que entre outro governo e transforme aquilo numa loja de doces. Dinheiro gasto a toa (sem crase pois ainda não me acostumei ao teclado do mac), cheio de boas e más intenções.

Mas é uma baita oportunidade para quem tem um pouco de criatividade e vontade. O espaço vazio pode e deve ser ocupado, alguma marca interessada no público LGBTT poderia patrocinar o espaço, ou mesmo uma ONG relacionada ao tema. Circulam milhares de pessoas por dia no local, alta visibilidade e literalmente abandonado.

A oportunidade está aí, só não vê quem não quer. Ou será que não consegue enxergar mesmo?

Reebok e o homem mais alto dos USA

A Reebok aproveitou muito bem uma oportunidade surgida nas redes sociais. O homem mais alto dos Estados Unidos não tinha dinheiro para comprar um tênis, tamanho 56, de fabricação especial. Fez campanha para arrecadar dinheiro nas redes sociais. A fabricante de tênis percebeu a oportunidade e colocou sua equipe para criar três tênis sob medida para ele. conclusão: Ao custo de U$ 75K (que como foi custo interno de desenvolvimento não deve ter chegado a 10% deste valor) a marca se posicionou com uma imagem extremamente positiva e inovadora, humanizando sua presença no mercado. 
Cadê os mineradores de oportunidades nas agências de publicidade por aqui? De que adianta ser criativo sem fazer a lição de casa? Hora de pesquisar, macacada!
Veja a matéria clicando neste link.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Marketing do Ovo Frito

 Groucho Marx, em uma de suas autobiografias, dizia que uma das estratégias que pretendia usar no lançamento do seu novo livro era incluir um Ovo Frito de brinde na compra. Aí as pessoas pensariam: O livro pode ser ruim, mas pelo menos vêm com um ovo frito... E este seria o estímulo para a compra.

Já repararam quanto o mercado de revistas femininas trabalha com o Marketing do Ovo Frito?
- Que revista é esta?
- Não sei, mas vem com um paninho colorido! Deve ser legal, vou comprar.

O brinde traz sempre uma sensação de benefício e diferenciação na hora da compra. Mas será que fideliza? Ou vicia? Será que da vez que não tiver o brinde a pessoa volta a comprar?

Uma das razões possíveis do brinde ser sedutor é uma característica de um grupo de pessoas de serem colecionadores. Colecionam coisas, gostam de acumular objetos (pode virar uma doença, mas não é disto que estou tratando). Este apego ao objeto foi tratado por Freud, ele dizia que ele começava quando criança. Alguns de nós teriam dificuldade em se desapegar das coisas mais simples, até mesmo quando íamos ao banheiro. Não queríamos perder nada, tudo precisava ser nosso.

O mercado percebeu esta característica. Podemos ver isto no universo de cacarecos e quinquilharias disponível para comprar em lojas de bugigangas, brinquedos para adultos (bonequinhos de personagens e legos em geral) e nos brindes de revistas femininas.

Funcionar funciona, é coisa do ser humano e coisa de nossa época, mas depois que começar a dar brindes se prepare, pois provavelmente não vai poder mais parar.

Uma Homenagem à Emanuelle

Enquanto a mulherada assiste o último capítulo da novela, os homens homenageiam Sylvia Kristel, a mais famosa Emanuelle...

Hoje é dia de último capítulo da novela!

O que as agências de publicidade prepararam para a oportunidade de hoje? É dia de capítulo final da novela mais falada dos últimos tempos...
Uma novela que foi debatida nas redes sociais, virou Meme de muita coisa, mas ainda não vi o tema ser tratado por uma marca.

Olha que bela chance de encher de likes e de compartilhamentos o Facebook... Você viu alguma coisa? Eu, por enquanto, não vi.

Você que trabalha numa agência que atende uma empresa de salgadinhos e petiscos, já imaginou se fizesse uma promoção no varejo de um kit para assistir o último capítulo da novela? Lógico que não precisa usar os personagens da novela atual, para não dar problema como o que a Vivo teve com a Globo. Mas o evento de final de novela poderia ser muito aproveitado no Facebook para ativar fan pages (oferecendo promoções, criando Memes divertidos, etc etc), nos pontos de venda, criando kits para noveleiros que vão se jogar no sofá e curtir com amigos a novela), spots de rádio para serem veiculados na hora do trânsito: " Você sabe de quem é a culpa de você estar preso no trânsito? Hoje é o último capítulo da novela, que tal desencanar de voltar para casa e parar para tomar uma bela (nome da cerveja) com os amigos? Sua mulher nem vai perceber que você não chegou..."

A única coisa que eu vi foi político querendo passar o capítulo final da novela em comício. Não acredita? Veja com seus próprios olhos clicando aqui.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Quem foi que caiu? As ações do Google ou o YouTube?

Os dois!

Mendigo de Curitiba - Anjo Caído

Ontem apareceu nas redes sociais o Mendigo de Curitiba. Ouviu falar? O cara, com pinta de galã, conquistou a compaixão de uma radialista com a seguinte frase: " Tira uma foto minha e coloca no rádio?" ...
Acho que a foto no rádio não ia dar muito certo, mas a radialista se comoveu e colocou a foto no Facebook, e obviamente um trilhão de mulheres ativou o "Modo Maternal On" e o cara virou notícia.

Dependente de crack, e de acordo com o cara do cachorro quente "um chato" (leia aqui), o Mendigo de Curitiba seria ótimo para uma campanha institucional contra as drogas, pena que o governo não tem a agilidade necessária na comunicação. Imagino uma bela peça em vídeo com a foto dele, texto passando falando sobre onde o crack pode levar uma pessoa, e no final o rosto dele desaparecendo e no lugar do rosto uma sequência de vários rostos bonitos, com uma frase no estilo "Tente não imaginar o rosto de seu filho aqui. Saiba mais sobre o crack em www qualquer coisa".

Os publicitários estão precisando parar de ler revista moderninha e ler jornal, o mundo está lotado de oportunidades...

Não dá para confiar nem no YouTube...

Hoje o YouTube saiu do ar, justamente um dia depois do Google divulgar fotos de seus servidores, todos lindos, incríveis e coloridos.
Chato para a Google, que tenta manter sua "aura" de absoluta, sem erros, sem falhas. Mas uma grande oportunidade para uma campanha de oportunidade de alguma marca.

Se sua empresa trabalha com:
- Segurança da Informação
- Confiança
- Segurança patrimonial

Ou se você é concorrente da Google (alô Apple, cadê você Microsoft? Facebook?), que bela oportunidade para dar uma cutucada, hein?

Por mim uma bela peça publicitária seria de uma catuaba arretada, daquelas que prometem milagres na arte do sexo, com uma chamada do estilo " Se até o Google pode falhar, melhor se garantir".