quinta-feira, 21 de março de 2013

Vai trabalhar com Comunicação hoje? Esqueça a sutileza!

Tive a oportunidade de ler um artigo do Zeca Camargo (que escreve muito bem, recomendo) sobre Humor com Pessoas Famosas.
Absolutamente por acaso tinha assistido um dia antes uma parte do programa Pânico, que resolveu sacanear com um apresentador da Globo criando "A Dança do Mauricio Kubrusly". A dança não tem pé nem cabeça, e só tem graça por causa do comediante Eduardo Sterblitch, que resgatou o humor físico que estava meio esquecido desde Os Trapalhões. Você ri das contorções corporais do ator, absolutamente genial.
Mas não tem nenhuma conexão com o Kubrusly, simplesmente resolveram zoar com a cara dele porque ele não deu uma entrevista para o programa.


Zeca Camargo não deve ter gostado do que fizeram com o colega, e tratou com uma elegância sem igual o tema. Com tanta elegância que não dá nem para perceber que ele está falando sobre o assunto. Daí percebi: Vivemos na era do explícito. Seja sutil e ninguém vai entender o que você está falando. Garanto que 90% das pessoas que leram o texto não sabiam da real comunicação por trás. Se isto aconteceu, a comunicação simplesmente não funcionou, podia jogar fora o post e começar a escrever de novo.

Vale a pena prestar atenção na maneira com que está se comunicando com seu público. A era da sutileza acabou. Esqueça as indiretas. Elas não funcionam mais.

terça-feira, 19 de março de 2013

O mundo complexo das Impressoras 3D: Imprimindo Armas

As impressoras 3D têm o poder de revolucionar o mercado. Muitos analistas dizem que a pulverização do setor de produção poderá tirar parte da hegemonia da China no mundo. E isto não é pouco.
Outros dizem que elas podem ser a alavanca necessária para os USA reverterem o cenário recessivo e voltarem a produzir produtos, ao invés de desenvolverem, enviarem para a China e depois comprarem de novo.
Estas impressoras são muito adaptadas a um mundo de personalização de produtos do Século XXI. A grande maioria do mercado consumidor espera produtos especiais, cores especiais, séries exclusivas, o que contrasta com o modelo fordista de produção em série (e em massa). O consumo passou a ser uma maneira de expressar a personalidade, e assim, uma maneira de individuação e destaque perante o grupo. Exclusividade é a alma do negócio.

Mas... Surgem as armas feitas em impressoras 3D.
Veja aqui a autorização do governo americano para impressão de armas

Alguns sites oferecem para download os moldes, você baixa os arquivos e produz uma arma inteira em sua própria casa. E aí a confusão começa, afinal de contas ninguém sabe direito se isto é certo ou não. Com as novas tecnologias surgem os novos dilemas éticos (a biologia têm passado por isto no ramo da genética também).

Um exemplo: Meu vizinho de cima está reformando o apartamento, e a quebradeira começa cedo. Barulho de pedreiro enche o saco.
Eu poderia ter uma impressora 3D, elas custam a partir de U$ 1.000,00. Compro cartucho para ela, baixo um arquivo com todas as peças de um revólver automático, imprimo uma arma e balas pólvora posso pegar nas bombinhas de São João), monto usando um vídeo tutorial no YouTube e, num momento de fúria subo e fuzilo os dois cabras que estão martelando as paredes.

Toda nova tecnologia apresenta uma questão ética que a sociedade precisa debater, mas em alguns casos o debate precisa ser intenso. Numa época onde o desarmamento da população parece ser uma importante maneira de minimizar os resultados da violência inerente ao ser humano, ter uma impressora pronta para imprimir armas em casa não parece ajudar.

Mas nunca esqueçamos que a culpa não é da impressora...

quinta-feira, 7 de março de 2013

Harlem Shake: O desafio das Agências e Marcas

Toda vez que surge um fenômeno social na Web percebemos o quanto as agências de publicidade e as marcas têm dificuldade em trabalhar com eles.
Com o caso de Gangnam Style, do coreano Psy, foi a mesma coisa. Quando uma marca resolveu aproveitar a onda (A Gillette), já era tarde demais, a onda já tinha passado, e o resultado foi lastimável. Tanto que, usando a desculpa esfarrapada (provavelmente inventada por alguém que criou a ação) de que os "homens peludos tinham ficado ofendidos", resolveram tirar o material do ar. Constrangedor...

E aí surgiu o Harlem Shake. Em nossa agência, a Joombo, ficou aquela sensação de "será que ninguém vai aproveitar a onda?". Foi aí que lancei o desafio para a equipe: Criar uma ação que conectasse o fenômeno a uma marca, podia ser qualquer uma, mesmo que não fosse cliente da agência.
Em poucos dias estávamos com um vídeo no ar, bem ao estilo Harlem Shake (espontâneo e simples), mas totalmente adequado ao produto escolhido, o Fiat Idea.

Tivemos ótima recepção em blogs especializados e nas redes sociais em geral. E provamos que é possível associar uma marca a uma manifestação como a do Harlem Shake.
Como curiosidade, já foram feitos mais de 40 mil vídeos com variações do original. E na última vez que contabilizamos, apenas meia dúzia de agências conseguiu fazer o que fizemos. No mundo todo...
Alguma coisa estranha no universo da publicidade, né?

Abaixo o vídeo da Joombo e um infográfico sobre a dimensão do fenômeno.