quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Aprenda Storytelling com Alfred Hitchcock - Parte 1 - O MacGuffin

A maioria das pessoas conhece ou já ouviu falar do Alfred Hitchcok, se não conhece, nada como dar uma olhada no trabalho do cineasta clicando aqui.
Hitchcock é absolutamente genial na construção das histórias utilizando o mínimo possível de falas no roteiro. A ação, as imagens e a questão simbólica são tratadas com um preciosismo pouco visto em outros cineastas. Tudo na composição faz sentido e orienta o olhar para os objetivos do diretor.

Esta é uma prática que exige um trabalho muito minucioso e um controle enorme na contação de uma história. E exige uma clareza de pensamento muito grande também.

Um roteirista preguiçoso evita isto, e transforma todo o simbolismo e informação relevante em diálogos na boca dos personagens. Já reparou como personagem de novela almoça, janta, sempre está sentado? E fala, fala, fala. Todo o roteiro está estabelecido no diálogo. De acordo com bons roteiristas que conheço, isto é preguiça, é restringir a comunicação ao que as pessoas falam. E nós, quando assistimos um filme ou série, percebemos quando a ação do personagem traz uma nova visão para a trama, ou quando uma iluminação complementa um sentimento que percebíamos mas não conseguíamos definir.

Hoje vamos falar sobre um truque genial de roteiro de Hitchcock, que é o MacGuffin.
O MacGuffin é um recurso de roteiro usado para ajudar a conduzir uma história, mas não é a história em si, ele apenas serve para atiçar a curiosidade do público a tentar entender o que está acontecendo. Ao redor do MacGuffin vão acontecendo as verdadeiras histórias dos personagens.
Por que aqueles espiões querem tanto agarrar o herói? O que tem dentro da mala do vilão? Onde fica o esconderijo do bandido? Tudo isto são MacGuffins, e o Hitchcock era mestre em inseri-los nas suas histórias.

Mas muito roteirista acha que o MacGuffin é o filme, e este é um erro muito comum,  e mortal para um filme. A tensão não é apenas decorrente do MacGuffin, mas sim das relações entre os personagens. O MacGuffin permite que a história se desenrole, ele dá um tempero, mas ele não é a história.

De certa maneira, o estilo cinematográfico chamado de Whodunnit (filmes que sustentam uma suspeita sobre quem é o culpado) é um tipo de MacGuffin gigante, dilatado até se transformar no filme como um todo.

Se você pensar bem, ao aceitar que o MacGuffin é apenas uma técnica para condução temperada de uma história, precisamos rever sobre o que realmente é nossa história. A trama construída pelo MacGuffin pode parecer que define sobre o que é a história, mas uma história vai muito além de um recurso da trama. Ou não?

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A Apple é Parte de um Plano Maçônico de Dominar o Mundo? (Ou como somos manipulados por títulos dos posts)



Repare: O Logotipo da Loja da Apple remete ao símbolo Maçônico. Existem indícios de que A Apple faça parte do universo da maçonaria? O mundo dos negócios digitais está dominado por seitas e grupos secretos?

A resposta é não. O que acontece é que somos induzidos a leitura de posts a partir de títulos que tenham termos atraentes e associados à empresas ou pessoas famosas. Muito do que lemos nos blogs e no Facebook tecnicamente é lixo, sem confirmação nenhuma, mas que levanta uma série de questionamentos sem embasamento mas que aparentemente são atraentes, instigantes.
Antigamente chamaríamos isto de Propaganda Enganosa, pois o título não refletiria o conteúdo. Mas é mais complexo que isto no mundo de hoje, pois não é apenas isto. O conteúdo do post é uma reflexão relacionada ao título, mas sem base. Perguntas são deixadas no ar, temas não são solucionados, é apenas a opinião de alguém sobre o assunto. Mas como a maioria das pessoas não têm muito interesse nem em investigar nem se há seriedade no que é colocado, simplesmente lemos, nos entretemos, e vamos em busca de outro lixo cultural para nos distrair.
Não se engane, os desenvolvedores de estratégias de comunicação digital entendem direitinho este nosso comportamento, e se aproveitam dele para gerar audiência, que hoje é o que interessa.