quinta-feira, 25 de julho de 2013

Todos os olhares atentos para o Flip - Folhear a Internet

O ato de Folhear, Manusear a informação, é muito agradável. Isto que dará mais sobrevida às revistas que aos jornais impressos. E quem teve a genialidade no universo mobile neste sentido foi o Flipboard.
Com o excesso de informação, inúmeras redes sociais, portais segmentados em proporção quase infinita, o Flipboard conseguiu ser um agregador de notícias manuseável como uma revista. Com apenas um dedo você navega, usando um gesto simples e que não cansa.

A Timeline e os conceitos de acúmulo de informação na estrutura dos blogs (a informação nova substitui a anterior, que desce) estabelece uma relação cronológica de navegação. Folhear é passear por assuntos que nos interessam. Definimos nossas áreas de interesse e nos deixamos levar, é um tipo de experiência que envolve o fator surpresa, aliado ao descarte rápido do que não nos interessa.

Da mesma maneira que muitos fumantes têm dificuldade em largar não o cigarro, e sim o hábito de segurar algo e levar para a boca, o mesmo princípio de adictabilidade acontece com o folhear no smartphone.

Posso garantir que em breve veremos as grandes redes sociais utilizando esta lógica de navegação. É uma questão de tempo.

sábado, 20 de julho de 2013

O olfato é muito mais poderoso que imaginamos

Para quem ainda não tem contato com o Neuromarketing, o olfato pode parece um recurso secundário. Algo como "perfumar" a loja para deixar com um cheiro gostoso, ou outra coisa assim.
Nada mais errado do que pensar deste jeito. O olfato é um dos sentidos mais associados com a memória, e nossa memória só se consolida através de relevância emocional, ou de afeto. O que guardamos na memória? Coisas e informações que de alguma maneira se conectam a um sentimento.
Sendo assim, o olfato é um dos atalhos mais poderosos para ativar sentimentos nas pessoas.
Fiz durante um bom tempo experiências em minhas aulas de Marketing com alunos usando odores.
Num dos momentos da aula pedia para os alunos ficarem de olhos fechados e apresentava um cheiro muito conhecido para eles: O de Baunilha. E pedia para registrarem as lembranças e sentimentos associados a este cheiro.
Honestamente já vi gente chorar nesta hora. Como a Baunilha é utilizada em bolos e comidas que remetem à infância, muita gente se lembra de estar brincando no quintal e sentir o cheiro de bolo que a avó estava tirando do forno.

Num mundo repleto de cheiros, nossas memórias são ativadas e remetem a emoções variadas o tempo todo. É possível explorar mais estes aspectos dentro do Marketing, mas para isto é bom entender um pouco mais sobre o assunto. Recomendo, para começar, um pouco do Martin Lindstrom, existem alguns livros dele em português, fáceis de achar.

Fiz um pequeno vídeo sobre um dos aspectos do olfato, brincando um pouco com o uso excessivo de odorizadores no banheiro.




segunda-feira, 15 de julho de 2013

A Falta de Dinheiro é uma Desculpa Esfarrapada!

O dinheiro parece uma grande resposta para tudo. Por exemplo: Por que você não pode ir para Mônaco, alugar uma Ferrari e ficar passeando, ao invés de ter de pegar o busão na periferia e ir trabalhar 12 horas ou mais do outro lado da cidade?

"Por que não tenho dinheiro", é o que a maioria das pessoas responde.

Esta resposta é na verdade um atalho, que muitas vezes pode levar a uma reflexão equivocada sobre os fatos. Do ponto de vista da Filosofia, somos cercados de simplificações conceituais.  Um exemplo? A Física Quântica. Você acha que realmente os debates sobre Física Quântica são fundamentados em sua complexidade? Nem os próprios pesquisadores têm uma visão clara e definida disto, imagina um pessoal que leu algum artigo de divulgação científica e resolve "trocar uma ideia" sobre o assunto. As chances de se simplificar ao extremo são enormes.

Voltando à falta de dinheiro, o que podemos falar sobre esta resposta é que ela é uma simplificação das coisas. Há inúmeros outros fatores que poderiam impedir sua viagem para Mônaco, mas o dinheiro parece ser a única resposta, ou a mais simples de ser dada.

No universo corporativo fazemos este tipo de simplificação o tempo todo. Basta ver a moda dos artigos empresariais sobre "As 5 dicas", "Os 7 hábitos", e coisas do gênero. Ninguém quer ler ou discutir complexidades, queremos a versão simplificada e não funcional das coisas.

Acho que é por isto que as pessoas culpam a falta de dinheiro. Falta de empenho, falta de foco, falta de persistência, tudo é difícil, mas o dinheiro... Parece que não é nossa responsabilidade.

O dinheiro é um pouco como o Deus de antigamente. O pessoal falava: "Deus não quis, vai fazer o quê?"

Hoje não conseguimos fazer alguma coisa, a culpa é do dinheiro.

Cá entre nós, não é nem culpa do dinheiro nem de Deus. Acho que você sabe, mas é tão mais fácil culpar os outros...

domingo, 14 de julho de 2013

O Poder do Riso - Visões Freudianas

Para desenvolver meu mestrado sobre o Riso na área de Filosofia da Mente e Ciências Cognitivas me deparei com o caro senhor Freud. Ele escreveu um livro sobre o "Chiste", que poderia ser traduzido melhor como "Gracejo" ou "Piada", mas acabou ficando com esta tradução estranha e antiga, que não agrega muito para um brasileiro normal do século XXI.

Freud propõe uma reflexão interessante (na verdade mais do que uma) sobre o Riso. Para entender a piada ele desenvolve um raciocínio interessante: Rimos de uma piada pelo fato dela ter um final surpreendente. Como calculamos um gasto de energia mental quando prestamos atenção em alguém, e a piada corta o raciocínio e termina inesperada, ainda temos uma parte de energia mental que precisa ser gasta, e ela precisa ir para algum lugar. Daí esta energia se transforma em risada.

Parece meio estranho, mas faz sentido dentro do universo mental criado por Freud.

A quebra de expectativas muitas vezes gera o riso, o inesperado, em alguns contextos, faz rir. Mas também está relacionado com a familiaridade. Um bom exemplo dado pelo Gazzaniga é a situação das cócegas. Qualquer filhote de primata ri se um parente, ao brincar, coloca as mãos e começa a cutucar em pontos de seu corpo. Mas se for um estranho fazendo isto, o resultado é o medo. O filhote vai se assustar, e chorar.

Todos sabemos do poder do riso, e acredito que ainda teremos algumas terapias do riso mais estruturadas no futuro. No Japão e em alguns outros países já existe algo acontecendo, onde pessoas se encontram para rirem juntas, mas ainda é uma metodologia ainda incipiente, pouco fundamentada.

Quer fazer um teste sobre o processo de contágio que o riso provoca? Quer sentir os resultados? Veja o vídeo do Steve Kardynal surpreendendo as pessoas no Chat Roulette, preste atenção nas reações das pessoas, ao se surpreenderem com a bizarrice que ele faz, bote seus neurônios espelho para funcionar e mude seu humor. As chances de ficar mais bem humorado depois disto são muito, muito grandes. Aconteceu comigo ontem, quando minha filha Luisa me mostrou o vídeo.