sábado, 5 de outubro de 2013

Os Riscos de Fazer um Mal Endomarketing

Nos últimos anos o Endomarketing têm ficado um pouco em segundo plano, quando se trata de investimentos das corporações. Saímos de uma época onde "o funcionário é nosso melhor recurso" para uma época onde "ou atinge os resultados, ou atinge os resultados". Atualmente tem muita empresa que funciona na base do estralar do chicote.
Isto é resultado de alguns fatores. Um deles é a crise de 2008 que fez com que muitas empresas corressem atrás dos prejuízos financeiros de sua atuação global. Com Europa e USA apertando o cinto, a drenagem de recursos é bem comum pelo Brasil. Exemplo? O Santander, que têm uma operação bastante lucrativa por aqui mas está com problemas na matriz espanhola. Conclusão? Demite um monte de gente, estabelece metas absurdas e leva o que der do Brasil para equilibrar as contas. Muitas empresas estão fazendo isto.
Por outro lado o modelo de gestão de empresas controladas por fundos de ações têm metas muito agressivas de lucratividade.  O pensamento de Bolsa de Valores aplicado ao setor produtivo faz com que o que interesse é a planilha, e resultados rápidos. E dentro de um modelo gerenciado por planilhas o setor de RH acaba perdendo espaço, com seu discurso humanista, e o modelão do antigo Departamento Pessoal ressurge com toda força.
Mas a tendência de crescimento de mercado acaba resgatando a relevância do RH e do Endomarketing, é natural que isto aconteça. E as práticas de motivação de equipe, gestão de comunicação, gestão de crise e treinamentos voltam a ter importância para as empresas.

Mas... Precisa ser muito bem feito, senão o resultado pode ser desastroso.

A notícia da semana é a multa de R$ 23 milhões que o Wal Mart tomou por causa de uma ação equivocada de Endomarketing. A empresa tornou obrigatória a execução de um hino motivacional durante o horário de serviço, com direito a dancinha e tudo. Os funcionários se sentiram constrangidos e o Ministério Público do Trabalho mandou uma ação de indenização coletiva por causa desta prática.

Se a equipe não percebe as ações desenvolvidas pela empresa de uma maneira positiva, há um gap de percepção e expectativas entre gestores e equipe. Isto é evidente. Por isto, qualquer ação deve ser bem planejada e, principalmente, monitorada durante e depois de acontecer. Uma das ferramentas que desenvolvi para acompanhar mudanças nas organizações, o Feedback 24/7, serve justamente para isto. Tem muito gestor com boa intenção que simplesmente não conhece o potencial impacto de suas ideias. O que fazer? Consulte, converse, abra canais de diálogo com todos, antes de um problema desta dimensão acontecer. Nem sempre o que achamos que é bom para os outros vai surtir o efeito esperado, e o risco é alto, como dá para ver neste caso...

Nenhum comentário:

Postar um comentário